Seria muito bonito se eu fosse falar sobre a adopção de todos os elementos de um grupo de gémeos, mas não. O que está em causa, hoje, é quando se adopta um único elemento e se deixa o ou os outros para trás!
Num destes dias, estava a dar na 2 um documentário sobre a personalidade tão distinta entre irmãos gémeos. Estava a ser um documentário interessante até ao ponto em que entrou em cena um caso em que duas irmãs gémeas (de aparência asiática) foram adoptadas por dois casais completamente diferentes e que viviam quase em lados opostos do globo: um nos EUA e outro na Finlândia (se não estou em erro).
Ambas as miúdas sabiam que eram adoptadas (não era difícil dada a aparência distinta comparada com a dos pais) e por volta dos 6 anos ficaram a saber que cada uma tinha uma irmã e era gémea!
Para mim teria sido um choque saber que noutro lado do mundo existia um ser gerado ao mesmo tempo e no mesmo ventre que eu, com a mesma aparência que eu, mas que nunca tínhamos tido a oportunidade de crescer juntos.
Porém as raparigas pareceram extasiadas com a ideia e, então, os pais organizaram um encontro entre ambas.
Parece-me natural que se fizesse isso! Porém foi-me difícil de aceitar que o fizessem para um estudo científico.
Analisando bem a questão, dá a sensação que estes pais adoptivos sempre tiveram em mente o uso destas crianças para estudo científico. Isto não é humano! É tão criminoso como manter uma criança sozinha numa cave sem contacto com o mundo externo e ao fim de 25 anos a libertar. Em termos científicos era interessante estudar a reacção dessa pessoa, mas estava a privar-se uma pessoa da sua liberdade e dignidade humana.
O mesmo aconteceu com as gémeas, foi-lhes cortado um pedaço grande da sua existência como ser-humano a partir do momento em que saberam que tinham uma outra parte de si solta no mundo! O encontro entre as duas miúdas foi pacífico apesar da primeira tensão inicial em que pararam uma em frente à outra como que se a verem ao espelho.
As câmeras a filmar e os pais do lado delas fizeram daquele encontro uma coisa ainda mais estranha e que só vem de encontro àquilo que eu disse.
Para mim, isto é um caso fazer sem pensar...
Acho que ao adoptar-se uma criança, deve ter-se em atenção se ela têm irmãos e principalmente se são gémeos, porque a vida destas crianças não é só o futuro, mas também o passado e as ligações intrínsecas e meta-físicas que os seus organismos têm!
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